Num processo participado com a comunidade, neste primeiro "Assalto criativo - Lançarte" reunir-se-ão diversas expressões artísticas e etnográficas (videoarte, etnografia, dança, gastronomia, fotografia, desenho etc.), e ao mesmo tempo irão ocorrer algumas acções de formação com apoio de antigos operários de ofícios associados à produção de lã (ensino, aprendizagem, experiência).
O programa deste primeiro "assalto" irá incluir um painel de conferências que irá reunir uma diversidade de oradores que permitam conhecer melhor aquela realidade territorial. Haverá também uma instalação artística, que pretende expor todo um património laneiro, e ainda um programa de visitas guiadas a alguns dos antigos complexos industriais que persistem na construção e caracterização desta paisagem.
Este programa é destinado ao público em geral em em particular à comunidade mais directa da Região de Castelo Branco e das aldeias de Cebolais de Cima e Retaxo, aos estudantes dos diversos graus de ensino e instituições, em particular aos estudantes de arquitectura.
Numa altura em que o interior se continua a desumanizar e despovoar, O "Assalto Criativo - Lançarte" é uma forma de promover a valorização do Interior, dos seus patrimónios, criando oportunidades de inovação e emprego nos territórios de baixa densidade.
A acção designada por "Assalto Criativo - Lançarte", insere-se na estratégia metodológica de uma investigação proposta pelo grupo de investigação LLAB 21 do CITAD - ULL ( Centro de Investigação em Território, Arquitectura e Design da Universidade Lusíada de Lisboa) PI "Requalificação da paisagem, uma questão de escala e skylines".
Esta metodologia por casos de estudos seleccionados que ao particularizarem o enfoque num caso, permitem proceder a uma identificação e avaliação mais esclarecedora e assertiva acerca das principais questões que se colocam no problema na procura de estratégias para uma actuação de requalificação regenerativa.
Esta acção em concreto tem como objectivo principal o reconhecimento e identificação da existência de valores operativos com base no reconhecimento expositivo de uma identidade de paisagem (incluindo todos os elementos que a constroem e caracterizam nas diversas dimensões e escalas de abordagem), para uma requalificação regenerativa do território, indicadores que poderão estar na base de uma requalificação sustentável tanto do território como da sua Paisagem.
Pretende-se apelar com esta organização, para a importância de registos etnográficos e das memórias colectivas, assim como da exposição de materiais relacionados com o trabalho operário, industrial e artesanal, tecendo estratégias de interacção entre as abordagens tradicionais e as contemporâneas desta industria da tecelagem, numa apropriação por artistas plásticos, arquitectos e designers.
Paralelamente promover uma abordagem de carácter científico, que permitirá partir para uma reflexão mais concreta sobre o contributo do património industrial construído, para o desenvolvimento e caracterização dos lugares, (neste caso a - industria têxtil como motor de desenvolvimento económico e urbano) nestas duas aldeias, ainda de xisto, embora nos limites definidos como área protecção.
Todo o programa nas suas diversas acções será desenvolvido em torno da actividade económica que outrora se constituiu como motor de desenvolvimento deste território, a industria dos lanifícios.
O legado industrial construído para albergar esta industria, agora obsoleto, servirá, pela identidade que representa, como espaço para acolher temporariamente este programa de acção.